Imóvel seguro: entrevistas com ladrões confrontam conceitos


”Pesquisas da Polícia Militar do Paraná realizadas com assaltantes atestam que imóveis cercados por muros altos oferecem certa tranqüilidade para o ataque”
Se você fosse negociar a venda de duas casas, sendo uma delas disposta em um terreno totalmente murado, e a outra, apenas cercada por portões baixos, visível por qualquer pessoa, em sua opinião, qual das duas ofereceria mais segurança a um pretenso comprador?
Se você optou pela primeira, talvez seja preciso rever seus conceitos sobre prevenção do crime através da arquitetura.
Muitos acreditam que residências com muros altos podem inibir a ação de criminosos, mas as estatísticas comprovam justamente o contrário.
Pesquisas da Polícia Militar (PM) do Paraná realizadas com assaltantes atestam que imóveis cercados por muros altos oferecem certa tranqüilidade para o ataque, visto que a ação dos bandidos não pode ser vista por alguém de fora da propriedade.
Quando se trata de conceitos arquitetônicos, a ocasião pode, sim, fazer o ladrão, à medida que proporcione fatores atrativos à ação desses criminosos. E o crime, na maioria das vezes, surge da oportunidade oferecida pela própria vítima.
Um imóvel ao lado de um terreno baldio, por exemplo, é preferência de 21% dos criminosos entrevistados pela pesquisa da PM do Paraná. Outros 20% afirmaram escolher locais com pouca luminosidade; e 18% preferem áreas com cantos escuros.
Assim, um bom começo para nos sentirmos mais seguros seria manter os ambientes bem visíveis e iluminados, uma medida simples que pode contribuir para minimizar a criminalidade.
Em geral, o levantamento da polícia também constatou que os bandidos são bons escaladores. Em 60% dos assaltos estudados, o método empregado pelo ladrão foi a escalada; e em 20% houve o uso de chaves falsas. No entanto, 12% dos moradores de casas assaltadas facilitaram a ação dos criminosos, deixando os portões abertos.
Imóveis com várias portas e janelas voltadas para a frente da casa, ao contrário do que parece, oferecem melhor proteção aos seus moradores. Afinal, dessa forma, quem entra ou sai da residência pode ser visto também por aqueles que estão passando na rua.
Além disso, verificar as guarnições e a resistência das portas e janelas externas é expediente necessário para evitar arrombamentos. Cada detalhe pode fazer a diferença e dificultar – ou contribuir para – a ação dos bandidos.
A alocação de espelhos em pontos estratégicos, a instalação de um número maior de trancas e cadeados atrasando o trabalho dos ladrões; a eliminação de escadas ou objetos nos quintais que possam otimizar o acesso ou a saída do imóvel são medidas comuns, de baixo custo e de responsabilidade de cada cidadão.
A arquitetura contra o crime visa eliminar as chances e é uma metodologia conhecida e utilizada em muitos países, e somente agora parece ganhar espaço nas discussões em nosso país.
Se o controle de acesso às residências, a vigilância natural e o reforço territorial forem levados em conta como estratégias para a melhoria da segurança, sem dúvida estaremos trabalhando pela garantia de nosso patrimônio – seja este o de bens ou de vidas preservadas.
É preciso estar atento para que o projeto arquitetônico de um imóvel não acabe contribuindo para o famoso ‘tiro no pé’ – como no caso do muro alto que, ao invés de evitar a entrada do ladrão, faz com que ele aja sem o risco de ser visto.
Existem boas práticas para preservarmos nossos “ovos de ouro”, sem que coloquemos, inadvertidamente, a raposa para tomar conta do nosso galinheiro.

Veja no link abaixo mais dicas para maior segurança de sua casa de praia

http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,AA1386665-5605,00-VEJA+DICAS+PARA+SEGURANCA+NA+CASA+DE+PRAIA.htm

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