Mudança nos contratos de financiamento imobiliário



 Apesar das facilidades em se conseguir um empréstimo, em média em 30 dias, a retomada do patrimônio, em caso de atraso nas prestações, está mais rápida. Se antes o processo durava anos na Justiça, hoje em menos de um ano o mutuário pode perder a casa e ainda todo o dinheiro investido no imóvel.

Prazos de pagamento mais longos e maior garantia de ressarcimento no caso de calote foram os motivos que levaram a Caixa a privilegiar os contratos de alienação fiduciária, segundo Rodrigo Dorácio Silva, gerente de créditos próprios da Caixa. Nessa modalidade, a propriedade fica em nome do banco até o pagamento da última prestação, quando passa a ser do mutuário.

Desde 2004 nós já mudamos os contratos e hoje quase 96% são feitos por alienação. Isso deu mais garantia na retomada do imóvel por falta de pagamento, já que se o proprietário atrasa dois dias o pagamento, a Caixa já pode entrar com um processo de retomada do imóvel.

O banco tem direito de reaver o imóvel, já que ele é o proprietário e o mutuário tem somente o direito do uso. Se não pagou a prestação, ele [o banco] tem o direito de rescindir o contrato, sem a necessidade de uma ação judicial, como já é feito nos financiamentos de veículos.

Para renegociar um contrato, o mutuário deve comunicar imediatamente a Caixa, caso contrário com dez dias de atraso o nome já vai para o SPC/Serasa. Cerca de 2.000 contratos de financiamento em São Paulo estão nessas condições, segundo a Caixa. Nos casos que envolvem perda do imóvel o patrimônio vai a leilão e, no caso de ser vendido acima do valor do contrato, o montante é ressarcido ao mutuário, de acordo com Dornellas.

As recomendações devem ser levadas em conta na hora de contratar um financiamento, a dica dos especialistas é muita pesquisa e simulações do financiamento, de uma forma que não comprometa a renda em mais de 30%.

Fonte: R7 - 12/05/2010


Corretagem de imóveis cresce como 2ª carreira

Com mercado em alta, profissionais de diversas áreas, como engenharia e medicina, adotam a venda de casas e apartamentos como nova atividade

Fernando Scheller - O Estado de S.Paulo

A aceleração do mercado imobiliário - em São Paulo, as vendas cresceram 75% no primeiro trimestre - se reflete na busca por corretores. Na Imobiliária Lello, na capital paulista, a área de vendas foi reforçada em 15% para fazer frente à busca por casas e apartamentos.

Oferecendo horário flexível e comissão de cerca de 3% a cada unidade vendida - em um imóvel de R$ 500 mil, por exemplo, o valor a ser recebido é de cerca de R$ 15 mil -, o setor atrai profissionais de diversas formações, da engenharia à medicina.

Segundo Roseli Hernandes, diretora da Lello, a possibilidade de fazer o próprio horário e de conciliar o trabalho com outras atividades - mesmo que seja cuidar da família - estão entre os atrativos da profissão. Os corretores de imóveis são o que se chama de "profissional-empresa": trabalham como prestadores de serviço para as imobiliárias, que em troca oferecem sua base de dados para venda e locação. O ganho depende inteiramente do que a pessoa vender. "O profissional fica com entre 40% e 50% do valor da comissão, de 6% do valor da venda", diz Roseli.

O requisito básico para o exercício da profissão, de acordo com o diretor de comercialização e marketing do Secovi-SP, Luiz Fernando Gambi, é o curso de Técnico em Transações Imobiliárias, o TTI, que pode ser obtido em cerca de seis meses.

Gambi conta que deixou a engenharia durante a época de "vacas magras" do setor, nos anos 80, para se dedicar à corretagem. Para prosperar na atividade, diz, é preciso deixar a "mentalidade de assalariado" para trás. "Você é uma empresa", resume. "É preciso trabalhar com planejamento de fluxo de caixa, saber que a venda de hoje te dá um horizonte para um período sem renda", explica o especialista.

Nova fase. O médico veterinário Roberto Moreira Filho, 52 anos, manteve uma clínica por mais de 20 anos. Em 2007, deixou o negócio que havia sido fundado pelo pai, em 1957, para se tornar corretor. "Fiquei 12 anos sem tirar férias. Trabalhava todos os dias, inclusive domingos. Na sexta-feira no fim da tarde, chegava um cachorro atropelado e eu não podia dizer ao dono desesperado que meu dia de trabalho tinha terminado."

Moreira Filho resolveu usar o bom relacionamento na Mooca, bairro onde vive desde criança, para exercer o "lado comerciante". Após tirar o registro profissional, especializou-se em oportunidades na Zona Leste da capital paulista.

Segundo ele, o trabalho de duas décadas na clínica ajudou na administração dos altos e baixos da nova profissão. "Sou um profissional autônomo. Sei que posso ganhar uma comissão de R$ 33 mil em um mês e não vender nada no outro."

Segundo o corretor, a nova atividade permite um esquema flexível de trabalho. "Às vezes, fico na empresa até as 22h esperando um cliente. Em outros, estou livre às 16h. Apesar da correria, é mais tranquilo (que a clínica)."

Fonte: Estadão On-line - 20/05/2010




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